Bem, eu tinha prometido publicar um post por mês e posso dizer que eu estou conseguindo, já que a última publicação foi exatamente 11 de agosto e hoje é exatamente 11 de setembro... Pois é, cheguei no ponto de calcular os períodos de publicação pra no fim ficar com o mesmo sentimento: o de culpa por sumir da plataforma. Eu nem posso dar desculpas, porque não há desculpas: eu entrei de férias, tive muito tempo livre, e ainda assim, evitei a todo custo clicar no botãozinho laranja do Blogger.
Antes de entrar na área de postagens do blog, gosto de dar uma olhada na área de leitura, e desse modo, fiquei feliz por ver que a comunidade anda bastante ativa, com muitos blogs novos, que ainda pretendo visitar e deixar um recadinho.
Sinceramente, eu não sei muito o que publicar aqui no blog, mas estou pensando em algumas ideias: postar sobre minha faculdade, sobre mim (para que vocês me conheçam melhor), livros e filmes consumidos.
Pensando em trazer uma pauta de verdade pra vocês, decidi falar um pouco da minha experiência como caloura na UFMG e como foi cursar o primeiro semestre de nutrição ~~emojis de comidinhas aqui~~.
Como foi o começo
Assim, foi um pouco conturbado porque demorou pra cair a ficha de que eu tinha passado, mesmo com uma nota mediana no ENEM. Nutrição nunca foi minha primeira opção de curso: coloquei como segunda opção por segurança, como uma segunda rota de futuro na área da saúde. Além disso, fiquei interessada na área por conta do edtwt: uma sub comunidade do falecido Twitter que tratava de transtornos alimentares. Preciso ser sincera, eu não vou ser uma mentirosa e dizer que meu sonho de vida foi ensinar e cultivar a alimentação saudável pras pessoas, com um público em específico já em minha cabeça. De forma alguma. Até porque eu estaria mentindo para mim mesma. A verdade crua foi: fui banhada pelas dietas malucas da sub comunidade, e pesquisando sobre a área da saúde no Google, vi que tinha faculdade sobre o tema, e coloquei lá no Sisu. Deu certo.
Disclaimer
Claro que eu estou adorando estudar nutrição, por rever os pensamentos doentes que encontrei no edtwt, e obviamente, descobrir a importância de uma alimentação adequada e saudável. Eu também me encantei em ter entrado em uma universidade federal, onde sempre é discutido a importância da cultura, das habilidades culinárias, da renda e também do gênero na alimentação adequada.
Outras partes do começo
Posso dizer que a maior dificuldade no começo, foram os gastos. Apesar da universidade ser gratuita, eu demorei pra ter acesso ao auxílio financeiro, e tive que custear jaleco, alimentação e transporte do bolso da minha família. Graças ao auxílio financeiro, as contas financeiras de casas desapertaram um pouco, mas nossa, no começo foi complicado!
Ainda, foi difícil me acostumar a rotina, já que tinha passado todo o período de 2023 em casa (estudando pro ENEM). Primeiro que os horários da universidade são uma loucura, uns horários desorganizados... Segundo que o ritmo de vai-e-vem é angustiante: o transporte público de Minas Gerais é simplesmente
insalubre. O que mais me matava eram as aulas no período da tarde, porque eu chegava em casa já à noite com tarefas acadêmicas... E aí vinha umas colegas de sala com uma realidade diferente da minha pedindo mais tarefas pros professores... E eu ficava tipo esse gif aí do lado.
Outras coisas também
Por falar em pessoas com uma realidade totalmente diferente da minha, isso foi uma das coisas que mais me pegaram, porque bem, eu sempre fui de escola pública e tals, o máximo que fiz foi um curso de inglês na minha cidade e ainda assim não tinha uma discrepância tão grande, mas caramba, eu acho que nunca fiquei tão próxima de gente tão rica na minha vida!!! O babado é real amores!!! Quando dizem que em federal só tem riquinhos, infelizmente é verdade mesmo: digo por eu mesma, porque eu fico me sentindo igual o Chris de Todo Mundo Odeia o Chris... Totalmente deslocada, ainda mais na área da saúde, ainda mais na nutrição, no qual toda hora se exalta alimentos de gente rica, temperos que eu nem sei onde se compra, farinhas de sei lá o quê, óleo de sei lá o quê, dietas nem um pouco democráticas, isso que nem vou comentar o whey protein que eu sempre me assusto de ver o preço nas farmácias do meu bairro.
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~~como eu me sinto~~ |
Enfim a postagem virou um desabafo de uma estudante de nutrição? Parece que sim! Mas bem, vamos resumir um pouco as ideias:
- Foi angustiante no começo porque eu não estava acostumada com a rotina de vai-e-vem da casa pra faculdade
- Foi angustiante os gastos financeiros dos primeiros meses
- A maioria das aulas foi sobre a importância da cultura na alimentação, que é preciso resgatar os hábitos culinários e preservar o que se come de uma determinada região. Exemplo prático meu como uma mineira: faz mais sentido comermos pão de queijo no café da manhã do quê a tapioca, assim como pro povo do nordeste faz mais sentido comer tapioca no café da manhã do quê o pão de queijo (um exemplo bem ruinzinho mas é pra vocês entenderem a ideia).
- Tivemos muita química e muito sofrimento meu, em especial com as aulas práticas porque eu nunca nem tinha chegado perto de um laboratório em toda minha vida, eu nem sabia o que era um béquer direito.
- Foi ressaltado a importância do Guia Alimentar e a classificação Nova de alimentos.
- Eu sofrendo ao dizer para as pessoas que curso Nutrição e algumas reações serem: a) me perguntarem O QUE É Nutrição; b) esperarem que eu aja como uma blogueira fitness que come gororobas com farinha de aveia e whey protein.
Aqui termino a postagem, espero voltar mais cedo pro blog e vamos dizer NÃO as gororobas com farinha de aveia e whey protein e vamos dizer SIM para as receitas simples, fáceis e presentes na nossa cultura regional 💜 PS: eu estou falando brincando tá pessoal? Só um desabafo mesmo.
Adorei a postagem e adoraria ver mais da tua experiência, principalmente essa discrepância social em relação ao teu curso. É interessante ver como a alimentação denuncia muito da situação social das pessoas. Esperar você se formar e ser uma nutri top que monta dietas acessíveis pra galera, sem whey protein kkkkk.
ResponderExcluirTeu relato me fez lembrar várias contas veganas de periferia que eu seguia há anos no facebook e instagram, que mostravam que dava pra ser vegano sem firulas, só com o basico do arroz e feijão mesmo. Tentando desmontar um pouco a visão elitista que o veganismo carrega consigo e afasta as pessoas de aderir.
Eu vou te dizer que vire e mexe eu acessava o edtwt pra dar uma olhada no que tava em alta na comunidade, por pura curiosidade mesmo, eu pessoalmente tenho boa relação com minha alimentação. Mas sempre achei curioso esse lado dos transtornos alimentares e afins.